quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

FASES GASTRONÔMICAS – RECEITA DE COXINHA DE FRANGO

Durante nossas vidas, passamos por diversas fases, de todos os tipos e espécies. Temos, claro, as fases físicas: nascemos, viramos crianças lindinhas, adolescentes chatinhos, jovens cheios de razão e revolucionários, adultos ambiciosos e conservadores. Passamos também por aquelas fases em que preferimos a praia ou a montanha, o calor ou o frio, noites badaladas ou de sossego. Frequentamos locais específicos em determinadas épocas, escolhemos amizades que não nos acompanharão por toda a vida. Temos as fases de filmes: hoje gostamos mais de comédias, mas já fomos admiradores de dramas, aventuras, filmes de ação, filmes nacionais, franceses, filmes “cabeça”, filmes bobos, e por aí vai.
E atravessamos também por fases gastronômicas. Podemos ficar dois meses sem comer carne bovina, e algum tempo depois não conseguimos passar um dia sequer sem a visão esplendorosa de um filé mal-passado, sangrando, quase mugindo...Algumas fases são voluntárias, modismos, outras nos chegam sem nos darmos conta. Pois eu estou agora na fase coxinha. De duas semanas para cá, parece que o salgado empanado mais popular do Brasil me persegue sistematicamente.
Na semana que passou, fiz o “teste da coxinha” para um jornal de São José dos Campos e Taubaté (veja no site da Rede Bom Dia, “versão impressa”, publicada em 07/02: http://www2.redebomdia.com.br/flip/sjcampos/2011/2/7/index.html). Como se não bastasse comer 16 coxinhas em 2 dias, fui surpreendido pelos meus alunos da Fundação Casa (antiga FEBEM): a aula seria de panificação, mas os rapazes, naquela fase de revolução, promoveram uma insurreição interna, da qual não sobraram ingredientes para fazermos os pães. Solução encontrada pelo professor aqui: vamos fazer coxinha!
Cabe aqui um parênteses: não me interessa saber quem estragou os produtos, ou o quê motivou a rapaziada a incendiar colchões e mesas. Me interessa, sim, dar uma nova perspectiva aos internos, ensinar-lhes algo que pode ser útil não só a eles, mas para a sociedade em geral (claro: se eles aprendem a fazer salgados, se interessam e têm a oportunidade – que talvez nunca tenham tido – de ajudar financeiramente suas famílias, a sociedade perderá um potencial criminoso para ganhar um cozinheiro. Não seria fantástico se tudo funcionasse assim?!?). Então não pensem que estou sendo bonzinho, estou pensando também no bem estar de todos nós.
Já que quando não se pode vencê-los, o melhor é unir-se a eles (estou falando da coxinha e de sua perseguição à minha pessoa), resolvi postar aqui a receita de coxinha que, espero, dará um novo alento a essas crianças (pois é, são crianças sim, mesmo que, ao olhar nos olhos de cada um, percebo mais experiências vividas do que em muitos de nós, adultos (in)conformados) e, quem sabe, a você leitor:
INGREDIENTES:
Recheio:
1 peito de frango
1 cebola média
Cheiro verde (salsinha/cebolinha)
1 tomate não muito maduro
Massa:
750 ml de água
500 g de farinha de trigo
2 tabletes de caldo de galinha
150 g de manteiga
Para empanar:
Ovo (apenas a gema, à qual que você pode acrescentar leite ou água para render um pouco mais)
Farinha de rosca
Modo de preparo:
Em uma panela (funda, para fazer menos sujeira), coloque a água, a manteiga e o caldo de galinha. Quando começar a ferver, acrescente a farinha de trigo e mexa rapidamente com uma colher de cabo longo (para não se queimar...). Rapidamente uma massa homogênea se formará, que se desgruda facilmente da panela. Pronto: a massa está feita. Deixe esfriar um pouco para conseguir trabalhar com ela. Para o recheio, basta cozinhar bem o peito de frango, até ser possível desfiá-lo sem dificuldade. Refogue a cebola cortada em pequenos cubos (para os gastrônomos: brunoise), acrescente o frango desfiado e, no final, o tomate também em cubinhos. Desligue o fogo, adicione o cheiro verde bem picado e acerte o sal (lembre-se que a massa está com caldo de galinha; cuidado com o sal, portanto). Modele as coxinhas com o recheio dentro , passe-as na gema de ovo, na farinha de rosca e frite em óleo quente.
Acabou? Acabou. Fácil demais, não é? Essa receita rende ao menos 100 coxinhas de festa (aquelas pequenas) ou 15 grandes (aquelas de padaria). E não se esqueça: você pode variar o recheio, colocar camarão, catupiry, lombo desfiado, etc. E tem mais: com essa mesma massa, você pode fazer risólis (carne moída fica muito bom como recheio) e bolinhas de queijo! Mãos à obra!!

8 comentários:

  1. Ainnn que delicía! Minha dieta de iodo acaba quinta-feira (depois de amanhã). Vou testar a receita, espero que acerte e fique tão boa quanto a que você faz (já provamos e aprovamos feita por você - eu e o Gu).

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    1. Ah, meus amigos...com certeza vão ficar ótimas, já que paixão não falta na vida d'ocêis, uai! Me diga como ficaram! Grande abraço!!

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  2. fiz essa receita e ficou uma delicia nossa adorei brigado

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    1. Fico feliz em saber que deu tudo certo...obrigado a você por compartilhar seu sucesso comigo! Abraço!

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  3. eu fiz, mas minha coxinha não ficou desta cor, porque?

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    1. Caro Anônimo (?!?), às vezes uma mesma receita é preparada por pessoas diferentes e os resultados ficam mesmo diferentes. Mistérios da gastronomia. O que pode ter acontecido, imagino, é que você as tenha fritado demais (ou de menos...), ou o tipo de farinha de farinha de rosca que você utilizou para empanar...Fiquei curioso: de que cor ficaram as coxinhas? Se estiverem verdes ou azuis, não coma, pelo amor de Deus! rsr...brincadeira...tente de novo, e me diga o resultado! Obrigado! Um abraço!

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