Vida de cozinheiro é assim mesmo: comemorações são celebradas com atraso, principalmente em datas concorridas em restaurantes, como foi o recente Dia das Mães. Eu estava de folga no domingo e pude levar a minha mãe ao restaurante onde minha mulher é a chef de cozinha, mas uma mãe ficou faltando: minha sogra. Somente nesta terça-feira, dia 17 de maio, é que coincidiram as folgas minha e da minha esposa. Portanto, com quase dez dias de atraso, lá fomos nós para São Paulo para o grande “Almoço de Dia das Mães” com minha segunda família. Presentes estávamos eu, minha mulher, dona Lourdes, tia Dete e tia Nenê.
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Tia Nenê e tia Dete preparando-se para o "ataque"... |
Grande ocasião para degustarmos aqueles pratos que já se tornaram clássicos: o arroz de forno da Lourdes (minha sogra) e a carne recheada da Tia Dete. Além de serem deliciosos, têm aquele sabor especial de reunião familiar e, melhor, não foram feitos nem por mim nem por minha mulher! Afinal, dia de folga de cozinheiro ou é dia de churrasco, ou de pizza. Sabe como é: em casa de ferreiro...Ou, como foi o caso, é dia de algum amigo ou parente cozinhar para todos nós. Que delícia!
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O almoço de Dia das Mães, um pouco atrasado... |
Dona Lourdes conta que já prepara seu arroz de forno há mais de 20 anos. O arroz é cozido normalmente, depois reservado. Alguns ingredientes são misturados a este arroz: presunto (bem picadinho), palmito, ervilha, milho e queijo tipo mussarela. Para dar uma cor especial, extrato de tomate. Tudo misturado, é hora de colocar o arroz em uma travessa de vidro com uma camada de queijo mussarela por cima. Leve ao forno até o queijo ficar daquele jeito irresistível, quase que como uma casquinha, dourada e deliciosa. Prontinho. O sucesso é garantido.
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Dona Lourdes e o arroz de forno. Olha a casquinha de queijo por cima... |
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O arroz de forno, ainda intacto. |
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Poucos segundos depois... |
Tia Dete (Odete, para os não tão íntimos) também prepara seu prato principal há mais de 20 anos. Na véspera de comemorar seu 80º aniversário, continua muito animada e, quando nos visita aqui em casa, é ela quem fica na percussão enquanto eu brinco com o violão. Sua animação nestes dias de música é tão grande que a família já a chama de “Syang”, a roqueira. Tia Dete tempera a peça de lagarto um dia antes, com sal, pimenta e muito, mas muito alho. O recheio leva bacon, calabresa, azeitonas pretas, cebola, salsinha e mais alho. Nada contra, pois sou apaixonado por alho (ainda bem...). A carne é feita na panela de pressão, e fica maravilhosa! Deve ser o ingrediente “amor”, usado sem parcimônia, pois é impressionante como algo tão simples pode ficar tão delicioso e irresistível à mesa. Eu, que não sou de repetir pratos (na verdade, nunca fui um “bom garfo”. Prefiro cozinhar à comer), sempre como dois ou três pratos da “Carne da tia Dete”. Para acompanhar, batatas igualmente irresistíveis. Perfeito!
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Tia Dete, e a famosa "Carne da Tia Dete". Delícia! |
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"Carne da Tia Dete" com batatas. Como resistir?!? |
Quando achei que tudo havia terminado, já de barriga estufada, o sono chegando, a surpresa: sobremesa! E a sobremesa que eu mais adoro (aliás, um dos poucos doces que eu realmente gosto): pudim. ADORO pudim, principalmente com bastante calda, daquelas que “bebemos” o finalzinho com a colher. Ou simplesmente viramos o prato na boca e sorvemos toda a calda que não foi possível comer com o doce...mas, na casa da sogra, precisamos ter modos, vocês sabem como é...
Finalmente, mesmo com o atraso de mais de uma semana, tivemos um excelente almoço de Dia das Mães. E, como já estou atrasado mesmo, lá vai: para todas as mamães, meus parabéns! E minha gratidão especial à minha mãe (claro, pois eu não teria como estar aqui sem sua “pequena” ajuda e por todo amor e compreensão nesses quase 40 anos) e à minha sogra (que também teve “participação fundamental” para que eu pudesse conhecer alguém tão sensacional como minha esposa).
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