A frase é famosa, e já virou uma daquelas leis apócrifas que ninguém escreveu, porém todos aceitam como verdade divina. O cliente está pagando, então ele tem sempre razão. Certo? Se o cliente quer que sua comida venha dentro de um copo e que seu suco venha com sal ao invés de água, seja feita sua vontade.
O princípio, é verdade, está correto. Afinal, gosto não se discute (outra lei de autoria desconhecida e discutível; permite-se, contudo, lamentar). O problema é quando o cliente faz exigências absurdas apenas pelo prazer de ver o garçom apavorado, temeroso de encarar o chef e dizer que o prato da mesa 17 não foi feito da maneira que o comensal gostaria. Quem nunca esteve no interior de uma cozinha profissional não imagina as trocas de gentilezas que ocorrem entre o pessoal da cozinha e o pessoal do salão. E, quase sempre, nenhum dos dois (cozinheiro e/ou garçom) tem razão: a razão, afinal, é do cliente.
Mas estar com a razão (mesmo não a tendo de fato) não dá direito ao cliente de ser mal educado e estúpido, situação que ocorre, infelizmente, várias vezes todos os dias nos restaurantes em todo o mundo. Ao garçom, resta engolir o sapo e passar sua frustração para algum colega, formando-se assim uma bola de neve de irritação que, em muitos casos, não tem desfechos agradáveis. O cliente precisa ter muita coragem para ser grosseiro com o garçom, dizer impropérios sobre a comida do cozinheiro e depois provar comida feita por este trazida por aquele. Não é a regra, mas tenha certeza que pequenos “deslizes propositais” acontecem sim com maior freqüência entre os fregueses mais exaltados.
Mas estar com a razão (mesmo não a tendo de fato) não dá direito ao cliente de ser mal educado e estúpido, situação que ocorre, infelizmente, várias vezes todos os dias nos restaurantes em todo o mundo. Ao garçom, resta engolir o sapo e passar sua frustração para algum colega, formando-se assim uma bola de neve de irritação que, em muitos casos, não tem desfechos agradáveis. O cliente precisa ter muita coragem para ser grosseiro com o garçom, dizer impropérios sobre a comida do cozinheiro e depois provar comida feita por este trazida por aquele. Não é a regra, mas tenha certeza que pequenos “deslizes propositais” acontecem sim com maior freqüência entre os fregueses mais exaltados.
Como cozinheiro, o que eu posso dizer é o seguinte: experimente ampliar seus horizontes culinários. Se no cardápio do restaurante existe um prato chamado de “sugestão do chef”, aceite-o como o chef preparou. Tudo bem, é certo que em vários locais a “sugestão do chef” nada mais é do que uma tentativa de empurrar para o cliente algum produto que, por alguma razão, precisa ser vendido. Pode ser que esteja próximo de sua validade, pode ser que esteja “encalhado” no estoque. Mas, principalmente, pode ser mesmo uma sugestão pensada e preparada para agradar a você, cliente. Sabe-se lá quantas horas foram gastas com pesquisa, quantos erros e acertos foram cometidos até que aquele prato fosse parar na sua mesa.
Claro que você não precisa comer o que não gosta. Pedir ao garçom para que seu prato venha sem alcaparras, por exemplo, pode ser perfeitamente aceitável, desde que não esteja escrito no cardápio “carpaccio ao molho de alcaparras”. Se você quiser realmente irritar um chef de cozinha, basta pedir o seu filé mignon bem passado. Mas não peça o impossível, como uma sopa de cebolas “mas sem muita cebola, por favor...”
Lembre-se que, se existem clientes chatos, muitos chefs também o são. Mas, nessa relação, é você quem vai comer algo preparado por ele...Veja abaixo uma cena do grupo inglês Monty Phyton, fonte de humor de onde beberam programas como “TV Pirata” e “Casseta & Planeta”. Repare que todos no restaurante tentam agradar ao cliente, até que o chef entra no salão...divirta-se!!