Local: Grécia antiga. Antiga mesmo, do tempo em que os deuses do Olimpo conviviam com os homens, e cometiam erros e acertos assim como nós, reles humanos. Os deuses, nessa época, tinham forte personalidade, competiam entre si, e havia muita inveja e ciúmes entre eles. Coisa de deuses, você sabe. Mas mesmo com tantos deuses e deusas para adorar, havia aquele que era considerado o pai de todos, que resolvia os conflitos mais árduos, aquele que era o mais temido: Zeus.
Todas as cidades gregas tinham um deus próprio que lhes dava proteção, e essa proteção era disputada entre as divindades. Havia um pequena localidade em especial que estava sendo disputada entre dois poderosos deuses: o deus do mar Poseidon (Netuno, para os romanos) e Atena, a deusa da paz e da sabedoria. Zeus, ser supremo de infinita astúcia, malícia e esperteza (algo como nosso Deus atual, ou Alá, ou Lulalá...) teria que decidir entre um dos dois para ser o guardião e protetor daquela região. Para tomar esta decisão, propôs um desafio aos dois deuses brigões: cada um deveria dar um presente para os cidadãos do lugar e, aquele que se mostrasse o mais valioso venceria a disputa.
Poseidon, erguendo seu tridente e batendo-o fortemente no chão, fez surgir um belo e fogoso cavalo, muito útil para as guerras. E mais: com um poderoso coice, o animal fez brotar uma fonte de água salgada, fazendo surgir o mar. Atena, erguendo e batendo no chão sua lança dourada, fez brotar uma planta, de cujos frutos os cidadãos poderiam, além de retirar o alimento, produzir um óleo – o azeite de oliva - que amenizaria a dor dos feridos nas guerras. Considerando que a oliveira teria maior utilidade para os cidadãos da cidade, Zeus proclamou Atena a vencedora, e daí surgiu o nome pelo qual aquela cidade é conhecida até hoje: Atenas. As oliveiras são conhecidas por sua resistência e até hoje, na Acrópole de Atenas, é possível encontrarmos a oliveira que foi ofertada pela deusa. Veja na gravura abaixo:
Essa é apenas uma das saborosas histórias que têm na oliveira e/ou no azeite um papel de destaque. Existem muitas outras e, acreditando-se nelas ou não (e por que não acreditar?!?), o que fica claro é que o azeite de oliva desde a antiguidade foi considerado um artigo de luxo, importantíssimo para a economia de alguns países, sobretudo do Mediterrâneo. Entre os séculos VII e III a.C. o óleo de oliva começou a ser investigado por filósofos, médicos e historiadores da época pelas suas propriedades benéficas ao ser humano. Sabe-se que há mais de 6 mil anos os povos da mesopotâmia untavam seus corpos com azeite, utilizando-o como protetor contra o frio. Hipócrates, que viveu na Grécia por volta do ano 300 a.C. e é considerado o pai da medicina, usava o azeite não só na alimentação, mas também como medicamento, que estava associado ao alívio de dores e tratamento de feridas.
O azeite foi chamado por Homero (autor grego de Ilíada e Odisséia, que viveu no século VIII a.C.) de ouro líquido, e era corrente a crença de que o óleo concedia força e juventude, sendo muito mais que um alimento. Era utilizado como medicamento e cosmético, produzia fascinação e era tido como fonte de bem-estar e poder, tanto que os atletas gregos o passavam sobre o corpo num ritual místico, antecedendo às competições.
Ingrediente indispensável na cozinha de qualquer chef, um bom azeite de oliva pode dar aquele toque final à sua preparação, pode ser usado frio ou quente (desde que não muito quente, ou seu sabor e suas propriedades ficarão comprometidos), em sopas e até sobremesas! Mas o que é importante saber na hora de escolher um azeite no supermercado?
Algumas dicas: a acidez (baixa) é importante, mas não é garantia de uma melhor qualidade. Procure sempre, além de baixa acidez (melhor sempre com menos de 1%), por um produto novo. Quanto mais novo, melhor. Na hora de prová-lo, faça uso de um pedaço de pão, apenas. Tente perceber as peculiaridades do produto, seu aroma, sua consistência e, claro, seu sabor. Nas prateleiras dos mercados hoje você encontra diversos tipos de azeite, das mais variadas procedências (experimente um azeite grego, além dos espanhóis e protugueses) dos mais variados preços. Vale a pena gastar um pouco mais? Vale. Tem muita diferença? Tem.
Mas por que custa tão caro? Bom, para produzir um vidro de 500ml de um bom azeite, são necessários 3kg de azeitonas selecionadas, de boa qualidade. E o trabalho, desde a colheita até a extração do óleo, é penoso e demorado. Por isso, não economize na hora de comprar seu azeite. É só saber usá-lo com sabedoria (amém, Átena...): não frite no azeite, prefira os óleos vegetais (canola, milho,etc.). Saltear rapidamente um alimento no azeite, pode. Fritar batata por imersão, nem se você estiver rasgando dinheiro,ok?
E tem mais: você pode dar sabor ao seu azeite, com alecrim (cuidado, o alecrim tem sabor marcante), alho, ervas, azeitonas pretas, trufas, etc. Fica muito bom, e você terá um produto único! Faça, prove, deguste, delicie-se!
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