quarta-feira, 16 de março de 2011

AMIGOS ARGENTINOS: SIM, ELES EXISTEM!!


      Assim como paulistas e cariocas, existe desde sempre uma relação de rivalidade entre brasileiros e argentinos. Sempre ouvimos piadas sobre nossos hermanos, e não perdemos a chance de cutucá-los quando podemos, ainda mais se assunto for futebol (nunca saberemos se eles realmente acham que Maradona foi melhor que Pelé (!!), ou se apenas dizem isso para nos tirar do sério. Mas a verdade é que, hoje, o melhor jogador é um argentino, Messi, que está simplesmente arrasando adversários jogando pelo Barcelona, da Espanha).
Maradona e Pelé : ídolos nacionais
Entretanto, se paulistas e cariocas podem criar laços de amizade, também é possível fazer o mesmo com nossos vizinhos continentais. Tive um grande amigo argentino, o Jorge, quando morava em Curitiba, no final dos anos 80 e início dos 90, e inclusive moramos juntos, eu, meu pai e ele, durante 6 meses em São Paulo, quando nos preparávamos para encarar o temido vestibular (entrar numa faculdade, diga-se de passagem, era muito, mas muito mais difícil que nos dias atuais). O tempo passou e os caminhos seguiram rumos diferentes. Hoje, graças à tecnologia, reencontrei-o via facebook, e resolvi escrever sobre este grande país, a Argentina, que nós adoramos criticar, mas que, no fundo, sempre tivemos uma ponta de admiração. Admiramos Buenos Aires e seu clima de cidade européia em plena América Latina, admiramos seu povo politizado, educado, civilizado. Admiramos suas personalidades (Jorge Luis Borges, Evita, “Che” Guevara, Juan Manoel Fangio, Carlos Gardel, Mercedes Sosa, Juan Domingo Perón, entre outros), suas belas mulheres, claro, e seu futebol também, por que não? E admiramos seus excelentes vinhos, a fama de sua carne bovina e o churrasco que dela é feito.
Mercedes Sosa: se você não conheçe sua música, não deixe prá depois!

Gastronomicamente falando, a primeira imagem que nos chega à mente é mesmo o churrasco, a qualidade da carne argentina e, claro, seus vinhos. Mas a Argentina é muito mais que isso. Como todos os povos colonizados por países do Velho Mundo, a culinária argentina é uma deliciosa mistura de culturas e sabores de todo o globo. Encontramos influências espanholas (puchero – o cozido à espanhola, e os doces, deliciosos), italianas (massas, como nhoque e pizzas, são muito populares), hebraicas e judaicas (pavo a la polaca – o peru à polaca), entre outras. E, claro, a influência guarani, com o uso do mamão, da mandioca e da abóbora.
O tradicional churrasco argentino
Eu, quando penso em gastronomia argentina, penso logo nas empanadas mendocinas, delícias que se situam entre as empadas e os pastéis, e que, também no Brasil, fazem sucesso (se você mora em São Paulo, capital, precisa ir ao menos uma vez no Empanadas Bar, Vila Madalena. Começou como uma pequena porta, hoje ocupa um grande espaço na rua Wisard). Podem ser feitas com inúmeros recheios, mas o meu preferido é o tradicional de carne moída (ou picada), com ovos, azeitonas e uvas passas. Se você é daqueles que torce o nariz quando ouve “uva-passa”, dispa-se dos preconceitos e prove. Você pode se surpreender, como eu me surpreendi. Vamos à receita desta maravilha:

Para fazer 12 empanadas, você irá precisar de:
·         500g de farinha de trigo
·         500g de cebola bem picada (ou brunoise, para os gastrônomos...)
·         500g de carne moída ou picada
·         500g de banha de porco
·         120g de uva-passa
·         1 gema de ovo
·         2 ovos cozidos picados
·         1 xícara de leite
·         12 azeitonas, sem caroço
·         1 pimentão picado(opcional)
·         ½ colher (café) de páprica
·         3 colheres (sopa) de azeite
·         Sal
Em uma panela, doure a cebola no azeite em fogo baixo, por cerca de 15 minutos, mexendo sempre. Acrescente a páprica (cuidado para não queimar) e refogue mais meio minuto. Coloque então a carne, refogue em fogo alto. Quando a carne mudar de cor, coloque a uva-passa e o pimentão, se desejar. Abaixe o fogo e mexa até amaciar a carne. Junte os ovos, misture e reserve.
Em um recipiente, coloque a farinha, junte a gema e 5 colheres da banha derretida, e amasse bem. Vá colocando o leite aos poucos, um pouco de sal e água morna, até que a massa fique macia, uniforme, sem grudar nas mãos. Corte esta massa em 4 e abra 4 folhas com um rolo (faça isso em uma superfície lisa e polvilhada com farinha). Em cada folha, corte 3 círculos. Em cada círculo, coloque uma colher (sopa) do recheio de carne e uma azeitona. Feche o círculo, dobrando as beiradas e pressionando com os dedos. Doure no restante da banha bem quente.
Se você tiver um bom vinho tinto argentino em sua adega, essa é uma boa hora de sacar a rolha! Um brinde aos amigos, de qualquer nacionalidade! Faça, e quando receber os elogios que certamente virão, não se esqueça de agradecer:
_Gracias!

2 comentários:

  1. olá Edu!!
    Sou Andrea, irmã do Jorge que vc citou no texto.
    Não sei se lembra de mim...a foto talvez ajude heheh
    Seu blog está ótimo. Vou seguir algumas de suas dicas depois eu volto e comento sobre o resultado.
    Bj
    Andrea

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Andrea...descupe a demora para responder (apenas dois anos, rs...). Lembro-me todos vocês com muita saudade, espero poder revê-los em breve! Um abraço!

      Excluir