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NY: é fácil se apaixonar por ela! |
Como
em toda grande metrópole do planeta, como Tóquio, São Paulo, Cidade do México,
Xangai, entre outras, Nova York apresenta o que há de melhor na gastronomia
mundial. As influências vêm de todas as partes do mundo, unindo-se e criando
uma culinária espetacular e vibrante. Quer comida italiana? Vá ao Litlle Italy,
bairro recheado de – bons - restaurantes italianos. Chinesa? Chinatown é logo
ali. Brasileira? Churrascarias rodízio, como as da rede Fogo de Chão, são a
nova sensação. Francesa? Mexicana? Tailandesa? Árabe? Tem, tem tudo isso e
muito, muito mais. E a qualquer hora do dia. E da noite também.
É
bem verdade que o povo americano, em grande parte, não se alimenta bem e é, em
grande parte, obeso. Mesmo. Culturalmente, é um povo que come mal, à base de
hambúrgueres e batata-frita, desde crianças. Ao meu lado, no avião que voava de
Newark, Nova Jersey, para Dallas, Texas, tive o desconforto de ser acompanhado
por um rapaz que deveria, sinceramente, ter comprado duas poltronas para
repousar seu corpanzil nessa cansativa viagem. Eu, com meus 1,84m de altura, e
ele, mais alto e muito mais largo do que eu, viajamos praticamente imóveis,
estáticos, ele na janela (com um saco de salgadinhos na mão enorme) e eu no
corredor, espremido entre o braço da poltrona e meu vizinho gigante. Meu temor
era de que meu companheiro de assento precisasse ir ao banheiro em algum
momento do trajeto, o que, felizmente, não aconteceu.
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A triste realidade americana... |
Em
recente viagem com minha esposa à terra do Tio Sam, pude provar do melhor – e
do pior – do que esta cidade tem a oferecer em termos gastronômicos. O pior, é
claro, são aqueles hot-dogs sem graça, apenas pão e salsicha, nem sempre
quente. São Paulo tem muito a ensinar no quesito “cachorro-quente” à Big Apple.
O melhor, os sensacionais Food-Trucks, as comidas de rua (excluindo-se aí os
hot-dogs, que, sinceramente, não merecem ser provados), o restaurante The View
e os bares que servem, invariavelmente, cozinha Tex-mex (nachos, burritos,
tacos, guacamoles, etc.) em porções escandalosamente generosas – taí outra
razão para a obesidade americana. Por que as porções (os appetizers) precisam ser tão imensas? Porções que poderiam servir a
três ou quatro pessoas são devoradas por um único indivíduo, sempre
acompanhadas de espumosas (e deliciosas) cervejas – e isso, confesso, eu
adorei...
Se
você for para Nova York (nuca sei se devo escrever New York ou Nova Iorque,
então misturei tudo, criando uma fusion-world...),
você PRECISA conhecer ao menos um dos fantásticos Food-Trucks, caminhões especializados em determinados tipos de
culinária que rodam a cidade, estacionando cada dia num local diferente e que
são acompanhados por clientes fiéis, que “descobrem” o itinerário de cada
caminhão pela internet. Entre no site http://nyctruckfood.com/
e
escolha o seu caminhão favorito. Quer algumas dicas? Procure o Bistro Truck (http://www.bistrotruck.com/), dirigido
(literalmente) pelo marroquino Yassir Z. Raouli e especializado em comida
marroquina (claro...) e mediterrânea em geral. Outra boa pedida é o Patacon
Pisao (http://www.pataconpisaonyc.com/),
especializado em comida venezuelana (?!?!). No site da New York Food Truck
Association ( http://www.nycfoodtrucks.org/members)
você encontra dezenas de caminhões membros desta associação, e vale muito a
pena conferir. Eu e minha esposa comemos no The Roadside Grill, que estava
estacionado entre o Museu de História Natural e o Central Park. Sua
especialidade: comida árabe. Eu provei um sanduíche de kebab, gostoso mas nada
sobrenatural, ao contrário do fabuloso lanche de falafel saboreado pela minha
esposa, este sim, do outro mundo!
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O The Roadside Grill, estacionado em frente ao Museu de História Natural |
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O Bistro Truck, estacionado em alguma das belas avenidas de Manhattan |
Nosso
primeiro dia em Nova York foi uma tormenta. Uma chuva intensa, um frio de fazer
lacrimejar até a estátua de Abraham Lincoln, nos fez retornar à Newark, onde
estávamos gentilmente hospedados na casa de meu cunhado. Foi sair da
Pennsilvania Station, no subsolo do Madison Square Garden, respirar o ar gélido
e sentir as gotas de chuva transformando-se em gelo ao tocar nossas peles e nos
decidir pelo retorno à New Jersey, logo ali ao lado. Lá, o frio era menos
intenso, não chovia e, no caminho para casa, um restaurante português no
caminho nos aliviou a fome. O nome do local: Titanic. Depois de toda a chuva e
frio de rachar iceberg que tínhamos acabado de enfrentar, comer em local
chamado Titanic talvez pudesse ser um sinal de mau presságio. Não foi. Boa
comida, bom vinho, atendimento excelente (em português) e ambiente agradável.
Fica aqui outra dica: conheça a maior quantidade de restaurantes que você
conseguir. Sempre haverá o risco de cair em uma armadilha gastronômica, mas as
boas surpresas compensam as ruins, assim penso eu.
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O interior do restaurante Titanic: boa surpresa em Newark! |
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Detalhe do teto do Titanic |
No
dia seguinte à minha chegada, vejam só a feliz coincidência, estava sendo
comemorado o Saint Patrick’s Day, santo padroeiro da Irlanda, festa comemorada
com muitos appetizers e muita, mas
muita cerveja. Não fui ver a parada nas ruas porque estava um frio de trincar a
alma (como é linda a Big Apple com neve...), mas conheci alguns bares onde se
comemorava (ou, como dizemos por aqui, se bebemorava) a festa de São Patrício.
Um clima pacífico, alegre, e de onde, sempre que fazíamos menção de sair do
local, éramos abordados por desconhecidos com frases do tipo “Já vão embora?”,
“Fiquem mais um pouco!” ou “Tomem mais uma com a gente!”. Fica aqui outra dica:
escolha bem a época que você vai conhecer Nova York, o melhor (eu acho) é no
início da primavera, quando ainda dá para pegar uma neve no Central Park sem
morrer congelado. Mas, mesmo assim, o frio é intenso. Prepare-se.
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Restaurante lotado no Saint Patrick's Day: haja cerveja! |
Mas,
gastronomicamente falando, nossa viagem ficou completa com uma visita ao
restaurante The View, em plena Times Square (faça sua reserva: http://www.theviewnyc.com/).
Situado no 48º andar do Hotel Marriot, o restaurante oferece uma vista
deslumbrante de Nova York. E, detalhe mais do que charmoso – se é que podemos
chamar isso de um mero “detalhe”: o andar é giratório, a vista vai mudando a
cada garfada deglutida e gole de vinho degustado. Cuidado ao ir ao banheiro:
quando você retornar, sua mesa não estará mais no local onde você a deixou, e
isso não é o efeito do vinho girando na sua mente. A comida servida foi muito
boa, não maravilhosa (o Tiramissú servido na sobremesa, apesar de lindo, deixou
um pouco a desejar), mas a experiência foi fantástica. E nada se compara à
sensação de, ao sair do restaurante, você estar na deslumbrante Times Square,
ponto turístico imperdível de Manhattan, com suas luzes piscantes, outdoors
brilhantes, pessoas de todo o mundo e personagens da ficção fazendo poses para
fotografias. Atenção: se você não quiser arrumar confusão, é necessário dar uma
gorjeta (tip) aos tais personagens
para tirar suas fotos, ou você corre o risco de ver um simpático e sorridente
Mickey Mouse proferindo palavrões em alto e bom tom, isso quando eles não
partem para as vias de fato. Não vale a pena estragar sua viagem.
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O salão do The View, no 48º andar do Marriot. Vale a visita! |
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A entrada escolhida no The View: simples, linda e deliciosa! |
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O meu prato principal: carne no ponto perfeito, preparada com o mesmo vinho que pedimos para beber. Fica a dica! |
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O prato de minha esposa: um duo delicioso de carne de porco. |
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Este que vos escreve e a vista girando... |
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A sobremesa: um bom Tiramissú. |
Se
você tiver tempo (duas ou mais semanas, pelo menos), vale descobrir outros
endereços. Alguns dos lugares que eu não pude conhecer, mas que certamente
farão parte de minhas próximas visitas à capital do mundo ocidental:
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New
York Dinner Cruise: com duração de aproximadamente 3 horas,
trata-se de um cruzeiro-jantar, navegando pelo Rio Hudson, com direito a
paisagens como a Estátua da Liberdade e a fantástica vista dos arranha-céus de
Manhattan à noite. O serviço é de buffet, com direito a DJ e pista de dança
para os mais animados. Informe-se também sobre os pacotes especiais “Romance no
Rio” e “Primeira Classe”; Reservas:
Crown:
restaurante italiano situado em um casarão dos anos 30. 24 East 81st Street,
tel. (646) 559-4880;
·
Daniel:
cozinha francesa requintada – e cara. Seu proprietário é Daniel Boulud, o
famoso chef. Apesar do charme das mesinhas na calçada, prefira sentar lá
dentro. 60 E da 65th ST.
entre Madison e Park Ave. Tel. (212) 288-0033;
·
Adour
Alain Ducasse: caríssimo, mas, se você puder pagar,
compensa. Localizado no Hotel St. Regis, seu proprietário, Alain Ducasse,
dispensa apresentações. Inesquecível!
2 East 55th Street. tel. (212) 710- 22 77) Metrô: 5th Ave - 53rd St, E,V;
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O salão do restaurante de Alain Ducasse no st. Regis |
·
Hale
and Harty: Gostoso e barato, tem diversos endereços em NY. Saladas,
sanduíches e sopas, perfeitos para o clima frio. 47th St.com Madison, Rockefeller Center, 54th St. com
Lexington, entre outros endereços;
·
DB
Bistro Moderne: mais uma casa de Daniel Boulud, é um
bistrô francês em Nova York. 55 W 44th St, entre 5ª e 6ª Ave., perto
dos teatros. Tel. (212) 391-2400;
·
La
Silhouette: restaurante francês, caprichado e com preços bem
razoáveis. Mais de 150 opções de vinhos. 362 West 53rd Street, tel. (212) 581.2400;
·
Masa:
o restaurante mais caro de NY, que, dizem, serve o melhor sushi do planeta! Com
apenas 26 lugares, as reservas devem ser feitas com pelo menos dois meses de
antecedência. Vale? Vale! Três estrelas no Guia Michelin não é para qualquer
um...10, Columbus Circle. Tel. (212)823-9800;
·
Per
Se:
do prestigiado chef Thomas Keller, fica no complexo Times Warner, em Columbus
Circle, com vista sensacional para o Central Park. 10, Columbus Circle. 4º
andar. Tel. (212) 823-9335;
·
Le
Bernardin: considerado por muitos o melhor restaurante de
pescados da cidade. 155 W 51 St .tel. (212) 554 -1515;
·
ABC
Kitchen: trabalha apenas com produtos orgânicos, faz da
sustentabilidade seu grande marketing. 35 E18th St. entre Broadway & Park Avenue;
·
La
Piscine: localizado no Hotel Americano, fica na cobertura,
perfeito para um jantar romântico ao ar livre, céu de estrelas, lua... 518 West, 27th Street, tel. (212)
525-0000;
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A vista do La Piscine à noite: de perder o fôlego! |
·
Balthazar:
localizado no SoHo, você pode encontrar clientes famosos como Winona Rider e
Billy Cristal. Com cardápio francês, vive lotado! 80 Spring St. entre a
Broadway e Crosby St. Tel. (212) 965-1414;
·
Nobu:
famoso por ter entre seus sócios o ator Robert de Niro, que está sempre por lá.
Ótima opção para os amantes de sushi. 105 Hudson St. Tel. (212)219 -0500;
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De Niro e o amigo Jeremy Irons no Nobu: "are you talking to me?!?" |
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Jo Jo, Le Bilboquet, Loeb Boathouse, Southern Hospitality BBQ, The
Wright, Buddakan, Isabella’s, Petrossian, Spiga, Aquavit, Ai Fiori, Gilt, La Grenouille, Lavo NYC, Felidia, Marea, Remi, Rue 57, Robert, Serafina, The Campbell Apartment,
Eleven Madison Park, Gramercy Tavern, SD 26, Artisanal Bistrô,
The Red Cat, DBGB Kitchen & Bar...CHEGA!!! São muitos
endereços, a cidade está lotada de ótimos locais onde você, com certeza, poderá
ter uma experiência gastronômica incrível e imperdível!! Pesquise, reserve e
deleite-se!
Nova
York está repleta de excelentes restaurantes, anônimos e badalados, grandes, enormes e minúsculos, e você pode
fazer sua reserva daqui mesmo, do Brasil. Em alguns, a reserva deve ser feita
com meses de antecedência, então a melhor dica é pesquisar bastante e preparar
sua viagem com atenção. E divirta-se, porque a cidade é fantástica e vai muito
além dos hambúrgueres com batatas-fritas. Que, diga-se de passagem, são sim ótimos.
Enjoy!
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