terça-feira, 2 de agosto de 2011

ESTAVA BOM?

O sujeito levanta-se de sua mesa espremida entre outras tantas mesas da praça de alimentação do shopping center. Olha em nossa direção e caminha, segurando a bandeja com as mãos, trazendo de volta o prato vazio que até pouco tempo continha um belo prato de ravióli de mussarela de búfala ao molho bolonhesa, preparado como ele havia pedido: com cebola, alho, bacon, azeitonas pretas fatiadas, champignon, alcaparras e um toque de molho pesto. Por cima, claro, queijo parmesão ralado e uma simpática “chuva” de salsinha fresca bem picadinha.

Uma praça de alimentação, lotada. Difícil é conseguir um lugarzinho prá sentar...
Em sua caminhada em nossa direção, nenhuma expressão em seu rosto denunciava o apreço – ou desapreço – ao prato pelo sujeito. Me posiciono ao lado do fogão, bem próximo ao balcão. Estico os braços e estendo as mãos abertas para o homem com a bandeja. Dou uma rápida olhada no prato: a salsinha, usada para decorar as bordas, está lá, quase intacta. No interior, um pouco de molho, três minúsculos pedaços de azeitonas e um par de alcaparras. Os sinais eram promissores. Pego a bandeja de suas mãos e, confiante, pergunto:
_Gostou, senhor? Estava bom?
Essa é a hora. Você pode fazer pesquisas com os clientes por e-mail, pode deixar em seu estabelecimento a famosa “caixinha de sugestões e críticas”, pode esperar que aquele cliente que o chama à mesa o faça apenas para tecer elogios. Mas o melhor – e mais rápido – canal de comunicação entre você e seu cliente (ou convidado) pode estar nesta simples pergunta: “Estava bom?”. Pergunte e esteja preparado para uma resposta positiva – ou negativa. Algumas pessoas simplesmente não comentam se gostaram ou não gostaram de determinada comida. Com o “Estava bom?”, elas se sentem encorajadas para elogiar e, claro, criticar se necessário. E para quem, como eu, está do lado de dentro do balcão, esse retorno é fundamental.
Por melhor que seja o produto servido, por mais saboroso que esteja o molho, mesmo que a massa esteja cozida no ponto certo, há sempre a chance de alguém, simplesmente, não apreciar o que lhe foi servido. E, ao questionarmos as pessoas sobre o prato que acabou de comer, sempre há a possibilidade de ouvirmos o que não queremos. “Quem fala o que quer, ouve o que não quer!”, já dizia minha avó. É verdade. Mas o receio de ouvir críticas não nos deve impedir de termos um contato mais pessoal com nossos clientes e convidados. Mesmo porque, se você conhece bem seu produto, conhece todas as etapas pelas quais ele passou até ir parar no prato e na bandeja do cliente, então você terá argumentos para eventuais críticas. E o melhor, estará estabelecida uma relação de confiança entre sua empresa e seu cliente.
Tudo aconteçe em uma praça de alimentação. O pior da história: ela disse não! Juro!
Quando receber seus amigos em casa para um almoço de domingo, não deixe de perguntar:
_Estava bom?
E pode ficar se achando o melhor chef do mundo se a maioria realmente aprovar sua comida! Você merece! Aproveite o momento e comece a planejar o cardápio da próxima reunião com seus amigos. Ouse (com moderação)!
Cabe aqui um pedido de sinceras desculpas aos que acompanham este blog, pela freqüência menor de postagens por este que vos escreve. A desculpa é velha: “ estou sem tempo”, mas assumo o compromisso de escrever ao menos uma vez por semana, combinado?
Tá fazendo o quê aí parado? Levanta e vai preparar alguma coisa prá comer!! Abraço a todos!

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